quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

.leiteeaspirina.




Perguntou pra si mesmo se a sina é a tristeza, não teve resposta. Ninguém se compreende ao certo neste mundo de rapidez, mas ninguém vive seu próprio mundo.
A bebida embriaga a realidade escura, o meio metro quadrado de espaço e as árvores da cidade. De certa forma é uma ingratidão não aceitar parâmetros realistas.
Diferente de outras pessoas, uma vez foi chamado de especial. A delicadeza com que observa o mundo serve de transporte para outra dimensão, paralela aos conceitos pantaneiros.
Durante o dia, enquanto os pássaros cantam e a luz do sol passa por entre o vidro da janela, a inspiração da vida paralela entra em sonhos. Às vezes coloridos, às vezes em sépia, vez ou outra em preto e branco.
O mundo dos sonhos completa a fantasia de uma vida em que a mediocridade, dos próprios atos, é escondida por pensamentos utópicos.
Amores inventados dão o tom de interesse que procura na vida. O céu sempre é mais belo com um amor, mesmo nunca tendo encontrado.
No supermercado, os congelados brilham. Enquanto um frango é escolhido aleatoriamente, o barulho do carrinho de compras lembra uma melodia, a mente fantasia a cena do clipe de uma música que fala de árvores de plástico. Assim como os amores, nunca viu árvores de plástico.
No caminho tira fotos desconexas. As pessoas se vestem de forma engraçada, não querem mostrar suas ideias, apenas querem parecer. Nada parece, ou é, ou não é. Dentro de sua reflexão ficou pensando no roteiro diário que escreve no vento. Ele só parece, ele não é.

sábado, 10 de dezembro de 2011

.perderparater.



Quanto mais eu penso, mais me afundo
Quanto mais me espero, mais erro
E quanto mais erro, mais me perco.
Me perdi entre seu olhar e seu alargador.
Me perdi nas suas preferências, no filme que me mostrou.
Me perdi entre suas coxas e seu gozo quente.
Me perdi entre seu sorriso imperfeito e desejei que aquele momento fosse eterno.



Não é, nada é.



Me encontrei na mentira das horas,
No atraso noturno
E na conta do táxi.
Me encontrei no seu desprendimento,
Nas suas falsas palavras
Na fumaça verde
E na noia diurna.
Me encontrei na minha projeção
Na dor do desamor.
Me encontrei na sua distancia
No apaziguar
E em objetivos opostos.
Fiz mal pra eu mesmo
Pago com paixões geladas e corpos quentes
Que querem apenas uma noite, um pouco de fluido corporal,
Uma ponta de orgasmo e um cigarro barato.
Pago com corpos malhados e cérebros secos
Pago com gostos duvidosos e assuntos de folhetim
Me perco em tudo que desejo
E confundo garotos com garotas
Sem saber ao certo quantos erros estou cometendo
Mas tendo certeza que quanto mais eu confundo
Mais me perco
Destruo e esqueço
Meu próprio coração.

sábado, 26 de novembro de 2011

.matilhaperdida.




Mas a paixão
Esta sim
Pensa,
Destrói,
Cria expectativas.
Expectativas,
Projeções.
Perversa como o fogo
Que tantos já escreveram.
Fogo que os lobos se entregam
Uivam até seu ultimo suspiro,
São consumidos pelas chamas
Ardor descontrolável
Descompensado.
Desenfreada paixão,
Sem destino certo.
O fogo que consome em silêncio
Lobos tão jovens
Com tanto futuro
Lobos espertos
Que pelas chamas se transformam
Em criaturas a margem
Preguiçosas, inúteis.
Fogo que transforma
Que envergonha.
Fogo que pensa
Intenso fogo traiçoeiro.
Intenso fogo encantado,
Maltrata.
Das chamas que torna tudo em pó
Inalado por lobos sedentos
Lobos sucumbidos pela escolha da paixão.
Tristes lobos,
O fogo tudo consumiu.
Onde está agora a paixão.




(Ilustração: Beatriz Branco http://pt.flavors.me/biabranco )

terça-feira, 22 de novembro de 2011

.váriosemum.


Em Marte as pessoas já não se encontravam,
Em Vênus procuravam dizer apenas o necessário,
Em Saturno se vestiam de felicidade falsa e caminhavam pelas ruas,
Em Urano faziam pequenas reuniões em casa,
E em Plutão era tão frio que nada mais existia.
O Sol está bem ai pra você.
A Terra é mesmo bem peculiar,
Seus habitantes cheios de olheiras se mascaram com mentiras
Pois tem medo da verdade
A verdade terráquea muitas vezes joga os habitantes pra baixo,
Mas a verdade não liberta?
Nunca entendi muito bem essa falácia de corpos magros
Discursos prontos e realidades incoerentes.
São aqueles que não sabem aproveitar a temperatura ideal,
O bom humor e a sorte.
Existe ali também um sentimento chamado amor,
Se diz acompanhado do perdão.
Perdão é esquecimento,
A capacidade única de anular erros antigos e continuar sem perguntas
Mas é que na Terra seus personagens não são escritos com roteiros lineares,
Tudo depende do ponto de vista,
Muitos são um.
Descobri que na Terra tudo se une,
E o amor pode se transformar em felicidade.






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

.alteriorgirl.



Referencias caóticas que não se encaixam
Rostos, roupas, musica, noite.
Clubes sujos com vistas maravilhosas.
Olhares, comentários, pó.
Sua respiração é confusa,
Já não há tempo.
Sua pupila dilata,
Seu coração explode e sua alma grita.
Aquela garota é linda e conhece Kafka.
Ele a protege contra a luz verde, mas não a beija,
Seu medo é maior.
Mediocridade nas palavras,
Cada cigarro acesso mata um pouco da sua alma.
Ele não quer salvação.
Ela não está sendo sincera.
Pobre coitado, se apaixonou por seus gestos,
Se apaixonou por sua fisionomia,
Se apaixonou por sua mente.
Ela só está ali
Sendo disputada por vários outros e outras.
Mais uma vez a história se repete,
Bowie o entenderia,
Changes. Mudanças. Adaptações.
Entre drinks feitos com bebidas falsificadas,
Seu olhar cruza a pista suja,
Mas ela não entende. Não entenderia,
Ele mesmo é uma confusão.
Mas ele busca sua atenção,
E o que mais tem
É paciência.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

.primeiraparte.



Ele se perdeu no meio do caminho. Seus questionamentos são em vão e suas ações incoerentes. Tão jovem. O olhar melancólico e frio esconde uma doçura que ainda não foi perdida. Pobre coitado. Se camufla atrás de um personagem que nem sabe mais seu roteiro, a próxima fala ou a cena a seguir.
O pensamento é de um cara que não é feliz. Entre pessoas ele não vê mais como gritar. Não faz mais questão de seu futuro. Esqueceu do que aprendeu.
Com 14 anos jogava Super Mario 3. Pensava na existência enquanto matava os adversários pulando em suas cabeças. Do que eu gosto?
A rua não é mais interessante, mas também não tem vontade de voltar para casa. Na parede uma imagem familiar que esconde seus desejos. Roupas, calçados, fama. Tudo ao seu redor. Ele sabe disso e se faz inconsequente.
O sexo não dá mais prazer. Tanto faz. Homens, mulheres. Amigos traidores, paixões antigas. Ele se utiliza disso pra sofrer mais um pouco. O sofrimento é combustível pra essa indolência.
Não sabe ao certo por que continua andando. Na nuca carrega uma cicatriz. Quando tinha 6 meses de vida foi arremessado em um muro. Não morreu. Tentativa frustrada de assassinato da sua progenitora depressiva. Não sei cuidar nem da minha vida, como vou cuidar de um bebê?
Com a curiosidade descobriu os livros, mas também descobriu pó de estrela. A noite ele brilha como uma arma nuclear. Seduz quem quer, escolhe os melhores.
Desde os 11 vai ao cinema sozinho. Olhava as vitrines, sonhava com a fama. Dormia com fones de ouvido e chorava por não poder ser tudo aquilo. Acordava com a Hora do Brasil. Possuía uma grande facilidade com os números, saia de casa andando e estudando fórmulas de física, enquanto observava os moradores da pequena cidade.
Agora já não importa mais o dinheiro. A ostentação passou e com ela o amor se foi. Continua escondido atrás de uma tela com 14 polegadas, um velho colchão e sua arrogância.
Ele clama por ajuda e ninguém escuta.
Mas no que ele quer realmente ser ajudado? Será que ele tem a resposta?
Se pergunta sobre confusões que não viveu. Agradece por uma sorte espiritual a força de não se render aos prazeres da carne.
Carrega sua honra acima de tudo, mesmo compartilhando da incoerência.
Pobre garoto, sabe muito mas não tem experiência. Aqui sua grande curiosidade brota mais uma vez. Precisa sentir todos os gostos ao máximo para ter certeza. Não fala o que não sabe, faz muito o que não leva a lugar nenhum.
Já dançou rockabilly com 5 anos e se apaixonou pela jaqueta preta. Fez uma homenagem aos amigos e vomitou no banheiro.
















...





domingo, 23 de outubro de 2011

.aprimavera.




Está tudo caindo
São ilusões, projeções
Sem pensar no macro
Agarram o que ainda não era a hora
Pegam-se em falsas verdades

Mas onde mesmo está a lista das verdades universais?
Tá no caráter, mas isso é extenso não cabe agora.
O fato é que tudo está caindo.
Por onde andam os unicórnios dourados?
As bolhas de sabão
Os calções floridos
Por onde andam os alargadores de orelha
O beijo no olho
Está tudo caindo

domingo, 16 de outubro de 2011

.respiração.



O que é o ato de não perceber seu lugar no mundo?
Que pergunta mais idiota. Quem disse que todos são gratos por existirem? Não, nem todos.
Presta atenção, autodestruição é suicídio em parcelas. Você será cobrado por isso. Sim, causa e efeito.
Fechar a boca além de emagrecer, cancela futuros arrependimentos e proporciona ganha(que não é de gordura).
Segura, tudo é teste. Sim, existe algo maior, acreditando ou não o universo é muito mais que sua vidinha infantil.
Tudo depende de quanto vale a pena. Até mesmo aquele último cigarro será cobrado.

















Respeite seus pais, abaixe sua cabeça e vá. O futuro é agora.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

.rascunhosdonada.



Você é seu próprio salvador.
Salva suas memórias inquietas e transforma em ecstasy.
Pílulas de sabedoria: um rato sempre vai no queijo mesmo sabendo que a ratoeira vai pegar seu rabo.
Quero sentir todas as letras, me adentar no infinito. Não suporto minha realidade, viajo no espaço do quarto e tento não gastar tudo que tenho. Impossível.
Im a loser baby.
Pois é, me mascaro com a falsa modéstia. Me faço de bom moço, mas o que eu quero mesmo é comer seu filho.
Não ando pelas ruas, elas me dão medo, minha casa já é um espaço com muitos estereótipos, não sei se consigo mais.
A policia suspeita de suicídio.
Relacionamentos amargos, acidez no estômago, dor, rancor, sono.
Sentimentos confusos sem um porque.
Simplesmente é. Não me busque nos seus sonhos, nunca vou habitar lá. Já me tiraram de todos os meus, os alheios é o que eu menos vou penetrar.
Não, a vida alheia não me interessa, o que eu menos quero é saber quanto tem na sua carteira. Me mostre seu coração, se há que sou digno disso.
Só sei criticar. Mas a maior crítica são minhas próprias ações.

















Muito bonito. Obrigado.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

.diasdiasdias.



O que acontece é que depois de todo o acontecido
Eu me pergunto se realmente é isso.
Sempre tenho uma resposta negativa.
Fico me perguntando em qual parte eu errei ou o que pulei. O que eu não consigo entender de fato?
São tantas as perguntas existentes, que simplesmente eu busco não saber de nenhuma resposta.
Cada um tem a sua resposta. Assim como o sangue.
Entre tantas pessoas, não concordo com o que acontece.
Uma vez fui intitulado como raro.
Acho que raro é o efeito “mil pessoas” que moram aqui dentro.
Todas são tão diferentes, mas concordam com a verdade. Lógico, a sua própria verdade.
É por isso que mil vezes eu erro. É por isso que mil noites eu fico a espreita do ladrão.
O ladrão não é você. Você me tratou com a sua verdade.
Não dou valor na verdade alheia. Perdi meus sonhos. Perdi por não dar valor.
Voltei no ponto zero. Será que vou esperar acontecer mais um acontecido pra me perguntar se realmente é isso?






































Até que ponto?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

.nãoqueeuqueira.


Eu não sei se a felicidade é algo palpável.
Estar de bem é bem confuso. Não sei.
Felicidade de noite. Angustia pela manha.
Sim, não parece infeliz quem sempre ri.
Mas será mesmo que nada de mais pode alcançar?
O humor é estranho. Sorriso, tristeza, dor, paixão, amor.
Não. Vamos começar tudo de novo?
Talvez, mas sem as cicatrizes é impossível.
Passou, passou, pra frente agora.
Que frente?



Ontem descobri que eu sou diferente de algumas coisas que eu quero.
Meu amor só será quando eu for mais e estiver disposto.
Você deu em cima de mim, eu aceitei. Você me pegou e acabou rompendo limites que eu não me permito. Eu quis assim, mas não deveria.
Ninguém tem culpa dos meus erros, só meu coração cheio de pontas.
Isto não é rinite, é cherite. Eu disse a ele que aquele dólar na parede era a nota do pó. Ele disse que era meu pagamento.
Pois bem, sua coxa era tão quente e branca que eu quis ficar por ali mesmo. Seu sorriso não me parecia falso. Mas suas palavras...esnobe de sargeta.
Só eu posso decidir o que pode virar. Trato como igual e até menor, mas me perguntava durante o beijo o que estava fazendo ali comigo.
Um olho azul abrigo de não sei o que. Não sei se quero descobrir.


Fluido corporal/cuecas pelo chão/calça/mão/pêlos/unha/saliva/banho/corpo/jogo/foto/olhar/falsidade/prazer vazio.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

.olhealém.


As vezes a sensação de recompensa nunca chega. É estranho, sempre sou ingrato, indefeso e inútil. Esse sentimento não pode me consumir. Mas não ter dinheiro nem pra comer é a realidade de várias pessoas.

Problemas são sempre problemas. A chave da porta está em suas mãos. Você não quer abrir, não se faça de vitima da situação, por favor.

É tanta coisa que eu me enrolei que não sei mas se devo ou não. James, seu pêssego secou e agora o que fazer? Baratas gigantes, grilos falantes e balão não existe, além disso você tem medo de aranha. E agora James?

Bom e agora que a realidade vai além de linha em fileiras que somem com canudos. A realidade é triste. A doença, a velhice e a morte são sofrimentos além daquelas paixões rasas que você encontra por ae todas as noites.

Eu não disse que ia ser fácil,mas veja bem, as crises de choro podem passar quando a vontade é mais fácil que a perdição. Tem que ter força na raiz.

Por quanto tempo vou ter que esperar, as respostas sempre vem e a fome física passa, ah se passa. Mas e a fome espiritual?

James espalhou sementes mágicas pelo quintal. Ninguém acreditou que eram mágicas as sementes de James. James entrou no pêssego, mas o pêssego secou. James tem cabelos cacheados. James confia em algo além.

Durante todas as noites você acompanha aquela garrafa. Não James, não é suco, é depressão engarrafada. É lixo James. Cuidado James pode ser tarde demais.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

.éoquetemprahoje.




Não existem evidências de que continuar pode acabar com tudo.Quero provas concretas da sua solidão. Tento e não consigo encontrar o que eu fiz, mas algo eu fiz. O sofrimento nunca vêm do nada. Más ações geram maus resultados. Más ações geram essa angústia aqui que eu tanto gosto. Nasci, deve ter sido este o erro do universo que ele tenta compensar me fazendo triste. Fracasso, dor, rancor. Tudo se une e consegue destruir um futuro promissor. Promissor? Onde? Na clínica Carandá?
Aqui bem dentro do meu estômago estão reunidos todos os pensamentos confusos que fazem doer tanto, que vira dor física. Sim, eu te amo demais, não consigo te esquecer e ao mesmo tempo eu quero te ter entre meus dedos pra te esmagar e cuspir na sua cara. Não sei se é ódio, não sei onde vai me levar, mas aquela mão que me pegava pela cintura estava quente só de tesão. Não era amor, era atração física da mais torpe possível. Sim, te comi, me apaixonei e não posso fazer mais nada a respeito de tudo isso.
Não quero repetir a dose, só quero esquecer tudo em uma linha e um shot.












Tequila aos desavisados, descamisados, desaforados, desconjuntados. Perdidos, coitados.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

.dose.


A vida simples e despretensiosa da cidade grande me chama atenção. É uma coisa sem drogas. Muitas livrarias. Metrô. Sépia. Pouca luz. Muita chuva. Apartamento antigo. Azulejo. Elevador com aquelas grades. Ruídos de carro. Poucos amores. Muito trabalho. Boa solidão.
Fotos que não foram tiradas ficam na minha mente. Elas estão em um mural de cortiça que eu ganhei do amor da minha vida. Não coloquei na parede. Meu quarto é sujo. Serve como aparador. Não lavo roupa a mais de 1 mês. 2011 é nova solidão. Casamento fantástico. Geladeira estranha. TV de plasma no chão.
Quando a lagartixa anda bem acima da sua cabeça é que o tempo se transformou em espaço e esqueceu de dizer que você precisa dormir. Não, o desespero não passou e amanha ainda tem um pouco de pão embolorado pra comer.








Se eu pudesse ser sua solidão diária, não reclamaria das garrafas deixadas pelo chão.