sábado, 26 de novembro de 2011

.matilhaperdida.




Mas a paixão
Esta sim
Pensa,
Destrói,
Cria expectativas.
Expectativas,
Projeções.
Perversa como o fogo
Que tantos já escreveram.
Fogo que os lobos se entregam
Uivam até seu ultimo suspiro,
São consumidos pelas chamas
Ardor descontrolável
Descompensado.
Desenfreada paixão,
Sem destino certo.
O fogo que consome em silêncio
Lobos tão jovens
Com tanto futuro
Lobos espertos
Que pelas chamas se transformam
Em criaturas a margem
Preguiçosas, inúteis.
Fogo que transforma
Que envergonha.
Fogo que pensa
Intenso fogo traiçoeiro.
Intenso fogo encantado,
Maltrata.
Das chamas que torna tudo em pó
Inalado por lobos sedentos
Lobos sucumbidos pela escolha da paixão.
Tristes lobos,
O fogo tudo consumiu.
Onde está agora a paixão.




(Ilustração: Beatriz Branco http://pt.flavors.me/biabranco )

terça-feira, 22 de novembro de 2011

.váriosemum.


Em Marte as pessoas já não se encontravam,
Em Vênus procuravam dizer apenas o necessário,
Em Saturno se vestiam de felicidade falsa e caminhavam pelas ruas,
Em Urano faziam pequenas reuniões em casa,
E em Plutão era tão frio que nada mais existia.
O Sol está bem ai pra você.
A Terra é mesmo bem peculiar,
Seus habitantes cheios de olheiras se mascaram com mentiras
Pois tem medo da verdade
A verdade terráquea muitas vezes joga os habitantes pra baixo,
Mas a verdade não liberta?
Nunca entendi muito bem essa falácia de corpos magros
Discursos prontos e realidades incoerentes.
São aqueles que não sabem aproveitar a temperatura ideal,
O bom humor e a sorte.
Existe ali também um sentimento chamado amor,
Se diz acompanhado do perdão.
Perdão é esquecimento,
A capacidade única de anular erros antigos e continuar sem perguntas
Mas é que na Terra seus personagens não são escritos com roteiros lineares,
Tudo depende do ponto de vista,
Muitos são um.
Descobri que na Terra tudo se une,
E o amor pode se transformar em felicidade.






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

.alteriorgirl.



Referencias caóticas que não se encaixam
Rostos, roupas, musica, noite.
Clubes sujos com vistas maravilhosas.
Olhares, comentários, pó.
Sua respiração é confusa,
Já não há tempo.
Sua pupila dilata,
Seu coração explode e sua alma grita.
Aquela garota é linda e conhece Kafka.
Ele a protege contra a luz verde, mas não a beija,
Seu medo é maior.
Mediocridade nas palavras,
Cada cigarro acesso mata um pouco da sua alma.
Ele não quer salvação.
Ela não está sendo sincera.
Pobre coitado, se apaixonou por seus gestos,
Se apaixonou por sua fisionomia,
Se apaixonou por sua mente.
Ela só está ali
Sendo disputada por vários outros e outras.
Mais uma vez a história se repete,
Bowie o entenderia,
Changes. Mudanças. Adaptações.
Entre drinks feitos com bebidas falsificadas,
Seu olhar cruza a pista suja,
Mas ela não entende. Não entenderia,
Ele mesmo é uma confusão.
Mas ele busca sua atenção,
E o que mais tem
É paciência.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

.primeiraparte.



Ele se perdeu no meio do caminho. Seus questionamentos são em vão e suas ações incoerentes. Tão jovem. O olhar melancólico e frio esconde uma doçura que ainda não foi perdida. Pobre coitado. Se camufla atrás de um personagem que nem sabe mais seu roteiro, a próxima fala ou a cena a seguir.
O pensamento é de um cara que não é feliz. Entre pessoas ele não vê mais como gritar. Não faz mais questão de seu futuro. Esqueceu do que aprendeu.
Com 14 anos jogava Super Mario 3. Pensava na existência enquanto matava os adversários pulando em suas cabeças. Do que eu gosto?
A rua não é mais interessante, mas também não tem vontade de voltar para casa. Na parede uma imagem familiar que esconde seus desejos. Roupas, calçados, fama. Tudo ao seu redor. Ele sabe disso e se faz inconsequente.
O sexo não dá mais prazer. Tanto faz. Homens, mulheres. Amigos traidores, paixões antigas. Ele se utiliza disso pra sofrer mais um pouco. O sofrimento é combustível pra essa indolência.
Não sabe ao certo por que continua andando. Na nuca carrega uma cicatriz. Quando tinha 6 meses de vida foi arremessado em um muro. Não morreu. Tentativa frustrada de assassinato da sua progenitora depressiva. Não sei cuidar nem da minha vida, como vou cuidar de um bebê?
Com a curiosidade descobriu os livros, mas também descobriu pó de estrela. A noite ele brilha como uma arma nuclear. Seduz quem quer, escolhe os melhores.
Desde os 11 vai ao cinema sozinho. Olhava as vitrines, sonhava com a fama. Dormia com fones de ouvido e chorava por não poder ser tudo aquilo. Acordava com a Hora do Brasil. Possuía uma grande facilidade com os números, saia de casa andando e estudando fórmulas de física, enquanto observava os moradores da pequena cidade.
Agora já não importa mais o dinheiro. A ostentação passou e com ela o amor se foi. Continua escondido atrás de uma tela com 14 polegadas, um velho colchão e sua arrogância.
Ele clama por ajuda e ninguém escuta.
Mas no que ele quer realmente ser ajudado? Será que ele tem a resposta?
Se pergunta sobre confusões que não viveu. Agradece por uma sorte espiritual a força de não se render aos prazeres da carne.
Carrega sua honra acima de tudo, mesmo compartilhando da incoerência.
Pobre garoto, sabe muito mas não tem experiência. Aqui sua grande curiosidade brota mais uma vez. Precisa sentir todos os gostos ao máximo para ter certeza. Não fala o que não sabe, faz muito o que não leva a lugar nenhum.
Já dançou rockabilly com 5 anos e se apaixonou pela jaqueta preta. Fez uma homenagem aos amigos e vomitou no banheiro.
















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