sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Fake Happy


A felicidade instantânea é como um bilhete de loteria. É difícil de encontrar um bilhete premiado. Quando encontra o premio é uma quantia pequena. Aproveita rápido. Compra algumas cervejas. 10 gramas no máximo. Curte. Acaba.
Acordo cantando em um dia qualquer. Um dia qualquer não, uma segunda-feira. Segunda-feira de viagem. De volta pra casa depois de uma ida ao interior. Chego e arrumo todas as roupas na lavadora. Deito e durmo. Minha casa é movimentada. 70 metros quadrados e cerca de 7 pessoas. Não agüento essas goteiras na minha cama. Acordo, pois não consigo dormir com conversas e goteiras. Lembro que amanhã tenho aula logo pela manhã e que de novo vou ver todos os rostos medíocres dizendo “bom dia estava com saudade”. Então tá. Eu não. Eu não quero a falsidade doce. Eu quero a amarga verdade, pois hoje estou feliz e se ficar mais doce viro um algodão-doce. Eu fujo da aula e vejo o que eu mais queria ver, o desprezo. Ele se apresenta até mim sorrindo. A boca é pequena e vermelha. Eu quero um beijo mais não ganho. Eu quero 10 minutos com lençóis limpos. Os ensinamentos da minha avó me voltam sempre à cabeça ultimamente. “Não temos tudo que queremos”. Eu não tenho. Tenho a presença do desprezo e lençóis sujos por outros pensamentos que não me incluem. Chego em casa na companhia do desprezo. Dou tchau do portão mesmo. Não trago visitas aqui. Entro. Deito. Durmo. Acordo com gosto de caqui. Ele é pequeno e doce. Instantâneo e falso.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008


No ponto de ônibus uma senhora grita. Jogou o telefone no chão. Se jogou contra um carro. Dois integrantes da mesma família morrem. Notícia de jornal. Enquanto isso lagrimas começam a se formar em um rosto.
O celular não toca mais. Seus sentimentos são dor e fúria mesclados com paixão(leia-se amor) não correspondido. Não agüenta mais. 19 anos. É o que todos dizem. É o que não quer escutar. Trocado por uma foda de final de semana. Real como matéria de jornal.
Duvidou de ações e palavras. Pediu o telefone emprestado mas ninguém atendeu. 2 perdidos em uma noite chuvosa. 1 coração prestes a fazer uma loucura.
LOU.CU.RA.sf- Falta de juízo; doidice; demência.
Demência é uma das palavras que mais gosta. Nunca foi demente. Sempre foi clemente. Pedir e implorar amor alheio.Cansado está um corpo que chora.
Sem hesitar ligou novamente. Desta vez para o “diler”. Estava cansado e precisava de “combustível”. 30 reais para uma linda noite feia. 30 reais para a libertação. 30 reais para a depressão ao final de tudo. De tudo e de todos.
Corre contra o tempo. A faculdade não é a mesma. Universitários fumando pelos corredores. Angustia é um sentimento desesperador. Ele não desceu do carro. Ele não viu a peça.
Teatro pelos corredores. Sorrisos plásticos. Atitudes vazias. Observação. Gritos alheios sem nexo. Nada faz sentido em uma entidade católica.
“Fico sentado vendo os minutos passarem. Alguém cruza pela porta e murmura uma critica sem embasamento, assim com a pessoa que à fez. Vejo uma torneira se abrir e uma calça apertada servir a bebida regional feita com erva que não dá barato. Acho perda de tempo, mas e eu? Eu perco meu tempo no ponto de ônibus. No ponto de ônibus vejo matérias de jornal. O jornal de hoje embrulha o peixe podre de amanhã.”