terça-feira, 18 de setembro de 2012

.amnésia.



Esqueci do passado, de como cheguei até aqui. Olho minhas mãos e não lembro de onde vieram tantos machucados, do porque das unhas roídas e da ansiedade incontrolável.
Levanto os braços e busco uma resposta no céu, no sol e até mesmo na lua que está distante, escondida.
As lágrimas são inevitáveis. Em pedido de socorro clamo ao sobrenatural que acorde minha memória, meus sonhos, minha antiga vida.
Já está claro, a reflexão é em vão e ainda clamo. Não tenho mais voz, não tenho mais família, não tenho mais amor.
Para onde foram tantos elogios? Para onde foram os cachos do meu cabelo? Para onde foram a juventude e a pele boa?


...


Os anos consumiram, não tiveram piedade do meu egoísmo e ganância.
Sim, agora sei os motivos, mas ainda estou perdido. A inteligência não me salvou, o dinheiro não me salvou.
Agora lembro... Você nunca me amou.


...



Mas será que um dia eu me amei?

sábado, 15 de setembro de 2012

.esperançanoescuro.




É sempre assim, mentes criativas que justificam a salvação com inteligência. Dizem que o trunfo é o cérebro.
Não quis magoar ninguém, através de ilusões continua o loop dito como vício.
Liga pra entrar, tenta pra esquecer, e o que encontra é solidão. Mas solidão já não era o ponto zero? Se nasceu sozinho, por que a busca incessante de companhia?
Nem o próprio ego sabe a resposta de tantos questionamentos. As grades são finas e pagas com dedos que escrevem sem cessar. As grades são pagas com trabalho mental, mágica da sorte, sol surreal, ambição e piadas maldosas.
Invenções para sobreviver. Nada é real. Visão e pensamentos são moldados. Quem tem este poder pode ser superior ou cair em tarja preta. O que é dado é cobrado e muitas vezes com sanidade.
Pouca idade é bônus, mas as horas passam, os dias passam, os meses continuam e do nada mais um final de semana sufocante. Escolha 2 dias da semana, pense sobre o que há e siga.
Vê a garota com dentes nas mãos. É inspiração de dias nublados.  Pode ser algo perdido, um jogo em que não existem ganhadores.  Olhos atentos aos passos, sussurros de injúrias. Vai ter que mudar para Oz. Quando passa o próximo tornado?
A noite é imensa e a cabeça não para. Entre os vãos das grades ele chora pela garota, chora pelos garotos. Lança mão do azar, sente o amargo na garganta e amaldiçoa o acaso. Escuta e esquece. O caminho não pode ter curvas.
Texto cheio de perguntas que não respondem nada. Só sabe que faltam camisas novas.







Choque, pneumonia e talento no lixo. Será mesmo que é tão confiante da salvação?