Mata em parcelas o grande amor que recebe. Sente que não é digno
de tanta sorte.
Leva sua vida como um grande sofrimento cinza, prata e
pontuado com linhas brancas.
Nunca diz que foi sem querer.
“Pare e continue”.
Pensa mil vezes, repete, repete, esfrega a esponja na pele
para limpar a impureza acumulada. Mentaliza que cada célula morta levada com água
fria e sabonete destrói de seu corpo um ato ilícito, um pensamento errado, um
desejo mortal, uma ação autodestrutiva.
As paredes observam tudo e cochicham com as portas:
“A juventude vai acabar.”