domingo, 25 de setembro de 2016

Toda a festa dança para a estrela indie


Se existe empatia, aqui ela fez seu trabalho.

Após alguns anos te seguindo no twitter, sem ter um porque, a gente se encontrou. Eu estava depressivo, morando temporariamente no apartamento de um amigo. Você estava preocupado, acabava de se mudar pro primeiro andar de uma sala comercial, sua tv era bem grande e por isso você tinha que fechar sempre a janela pra ninguém ver o aparelho, quem sabe poderiam roubar.

Um dia fui ao supermercado comprar angústia. Cruzei contigo no estacionamento, seu cabelo reluzia com o sol das 3 da tarde. Apertei o passo sem falar. Você ficou atônito e me mandou um inbox: “mora aqui no prédio?”.
Foi depois do inbox que você começou a usar o elevador. Apertou por várias vezes o número 2 e quando eu abria a porta, a depressão saia. Só tinha espaço pra uma pessoa.
Por horas divagávamos sobre ideias, situações, livros, música. Encontrávamos um ponto em comum e então cada um jogava o máximo de conteúdo sobre o assunto. Eu repartia meu mundo egoísta com você.
Lembra do gato? Odeio gatos, mas desci até o térreo e sai as 4 da manhã pra pegar um gato perdido que você tinha visto. Ele era arisco como eu, mas o gato você não pegou.


Acostumei a tocar sua campainha e subir correndo. Acostumei a ver o seu usuário de wi-fi CARRETA FURACÃO. Acostumei a ver o sol nascer cortando nossa conversa. Só ainda não acostumei com a falta que sua pele colorida faz. Feliz aniversário.

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