domingo, 3 de julho de 2016

Repetição maldita


Mais um morreu, e não foi de amor, nem de tédio. Não foi de fome e nem de tanto dançar. Foi de cacos de vidro e de palitos de dente. Corte no pescoço, olhos perfurados, calça e cueca até os joelhos, encontrado jogado e já frio nun banheiro sujo.

Assim acordo quase todos os dias. Mais um morreu. Mais um morreu. Mais um morreu. E eu continuo aqui. Continuo ouvindo piadas, vendo olhares, assistindo absurdos.

Tem dias que preferia estar nesta lista, mas é vida que segue. Vou pegando táxi escondido, andando sempre acompanhado, suando frio quando escuto um comentário, desviando de grupos, de pessoas, evitando ruas com bares, não pegando em sua mão, não beijando e muito menos abraçando.














Será se assim eu vivo ou cometo pequenos suicídios diários?



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