Eu tinha 18, ele tinha 33. Perguntou por telefone se por acaso
eu teria um cabo que não lembro o nome, em 5 minutos chegou com um ipod cheio
de músicas e descarregou no computador.
Depois de copiar todas as suas músicas, me deu um beijo,
pegou as chaves e disse até breve. 2 horas depois mandou um depoimento no Orkut
dizendo que havia reencontrado uma grande paixão.
Quase todos os dias, durante 2 anos, escutei a playlist.
Tinha Vanessa Paradis, Camille Le Fil e Brazilian Girls. Fantasiava um encontro
repentino, ao acaso, em que ele diria: “Vem comigo”.
O encontro aconteceu. De alguma forma acabou traduzindo meu
olhar, e depois do “Oi, como você tá? Ah tô bem e você? Ah tô bem também” disse
com um sorriso tranquilo: Nos conhecemos em um época errada. Nós ainda vamos
nos encontrar e tudo vai acontecer como deveria. A gente se vê! Até mais”.
Foi a última vez que vi.
3 anos depois deste encontro, recebi um e-mail: “... então,
ele deu entrada no hospital na sexta, nenhum amigo sabe muito bem o que
aconteceu mas ele não resistiu e faleceu, eu sinto muito, fica bem”.
Quantas vidas serão necessárias para a época certa
acontecer?
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