sexta-feira, 22 de junho de 2012

.razão.


Quantas vidas existem dentro de um corpo? Uma pergunta que não para de latejar dentro do peito. Um questionamento inútil.
De que serve saber quantas vidas existem se nem mesmo uma é vivida. Quanto mais a afirmação é repetida, mais outras perguntas surgem.
Pais, amigos, trabalho, estranhos. Cada um te toca de uma forma. Pra cada um, uma vida surge. Pra cada um uma roupa é posta.
Queime. Queime essa falsa pretensão de futuro bom. Que futuro existe em mil vidas. Mil futuros não são possíveis. Mil futuros, mentira.
O dinheiro manda. Nosso deus maior. Nosso objetivo. Machucados tilintam. Moedas que pago, pagam, vão pagar.
Dinheiro que existe na nuvem negra que acompanha. Uma nuvenzinha, bem acima da cabeça. Acorda com ela, dorme com ela. Fantasia surreal pra amenizar tanta dor.
Dinheiro, compre minhas mil vidas. Me dê duas mil mortes. Um câncer de brinde. Rancor de bônus.

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