quinta-feira, 21 de agosto de 2008


No ponto de ônibus uma senhora grita. Jogou o telefone no chão. Se jogou contra um carro. Dois integrantes da mesma família morrem. Notícia de jornal. Enquanto isso lagrimas começam a se formar em um rosto.
O celular não toca mais. Seus sentimentos são dor e fúria mesclados com paixão(leia-se amor) não correspondido. Não agüenta mais. 19 anos. É o que todos dizem. É o que não quer escutar. Trocado por uma foda de final de semana. Real como matéria de jornal.
Duvidou de ações e palavras. Pediu o telefone emprestado mas ninguém atendeu. 2 perdidos em uma noite chuvosa. 1 coração prestes a fazer uma loucura.
LOU.CU.RA.sf- Falta de juízo; doidice; demência.
Demência é uma das palavras que mais gosta. Nunca foi demente. Sempre foi clemente. Pedir e implorar amor alheio.Cansado está um corpo que chora.
Sem hesitar ligou novamente. Desta vez para o “diler”. Estava cansado e precisava de “combustível”. 30 reais para uma linda noite feia. 30 reais para a libertação. 30 reais para a depressão ao final de tudo. De tudo e de todos.
Corre contra o tempo. A faculdade não é a mesma. Universitários fumando pelos corredores. Angustia é um sentimento desesperador. Ele não desceu do carro. Ele não viu a peça.
Teatro pelos corredores. Sorrisos plásticos. Atitudes vazias. Observação. Gritos alheios sem nexo. Nada faz sentido em uma entidade católica.
“Fico sentado vendo os minutos passarem. Alguém cruza pela porta e murmura uma critica sem embasamento, assim com a pessoa que à fez. Vejo uma torneira se abrir e uma calça apertada servir a bebida regional feita com erva que não dá barato. Acho perda de tempo, mas e eu? Eu perco meu tempo no ponto de ônibus. No ponto de ônibus vejo matérias de jornal. O jornal de hoje embrulha o peixe podre de amanhã.”

Um comentário:

Rebecca F. Barbosa disse...

Johnnnn!!
Ficou super bom.. super intenso.. super João Paulo!!
Bjusssssssssssss